sábado, 4 de outubro de 2008

Queixas!

Passamos a vida a queixar-nos de tudo. Está demasiado quente, ou frio; é demasiado gordo, ou magro; é aborrecido, ou é light; está demasiado contente, ou demasiado deprimido; é demasiado caro, ou muito barato! E assim sucessivamente...

Na vida lidamos com muitas pessoas e realidades, e somos afectados pelas personalidades, atitudes e características destas, o difícil é, por vezes, saber lidar com tanta heterogeneidade. O eterno problema do que esperamos dos outros e do que os outros esperam, legitimamente ou não, de nós. Muitas vezes, demasiadas vezes, são realidades não coincidentes. E depois queixamo-nos. Discutimos. Exigimos. Mas teremos legitimidade para o fazer? Também no lo fazem. Mas haverá legitimidade para o fazer, em geral?

À primeira vista poderá dizer-se que não. Não podemos cobrar dos outros coisas, que nem nós próprios estamos certos de querer ou ser capazes de fazer, se estivéssemos na situação em questão. Mas é sempre mais fácil exigi-lo aos outros! Poderíamos ser mais justos e mais compreensivos em inúmeras situações.
No entanto, se não buscássemos todos pela nossa própria satisfação, em ultima instancia, por vezes quase de forma egoísta, provavelmente o mundo não existiria como o conhecemos. Estaria em inacção. O acto passaria a ser o não-acto. De facto, tal como refere Adam Smith na sua Teoria da Mão Invisível (de cariz essencialmente económico, mas de aplicação mais lata), na prossecução egoísta do seu interesse individual, o homem contribui positivamente para o bem social, na maioria dos casos. Em suma, da luta individual surge o equilíbrio colectivo.

Assim, deveremos provavelmente ponderar o nosso nível de exigência para com os outros, mas, na verdade, não deveremos (nem conseguiríamos) aboli-lo!

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