Falar é algo simples. Especialmente se o que se diz é desprovido de conteúdo. Falar é apenas articular palavras, com mais ou menos sentido, para transmitir uma mensagem. Mais importante do que um discurso extremamente eloquente, é um discurso que vá além da intenção, um discurso que consiga ser materializado em acções...
Isto aplica-se a quase tudo. Na política, na economia, na amizade, no amor... Falar é sempre fácil demais. Porque as palavras saem facilmente da boca. Mas é extremamente triste quando se concluí que por trás delas não há mais nada. São simplesmente palavras. Nuas.
Por mais vezes que se repita uma coisa, de nada adianta, se as nossas acções não suportarem o que dizemos. De que vale dizer incessantemente gosto de ti e quero estar contigo, se pouco ou nada se faz para tornar isso real? Nestes casos, por menos que queiramos, as palavras começam a deixar de valer por si. Começam a parecer iguais a todas as outras e a perder a sua ligação com o significante. São apenas coisas. São apenas mais uma coisa...
E o que se faz quando se chega a esta fase? Deixar de acreditar naquilo que nos é dito leva-nos, indubitavelmente, a deixar de acreditar na pessoa que o diz? E pode manter-se uma relação com alguém sem acreditar no que nos é dito? Como é que distinguimos aquilo que é dito e tem suporte na realidade e aquilo que é afirmado, quase num tom hiperbólico, e nunca vai ser concretizado? É muito triste ouvir aquilo que tanto se quer ouvir e sentir que são só palavras. Daquelas... vazias.
Afinal, se querer é poder, porque é que tanta gente quer tanta coisa, mas tão pouca consegue torná-la real?
La "Gaga" Roux
Há 15 anos